Sobre o projeto

"Eles Mandam" é uma iniciativa da Repórter Brasil, com o apoio da Fundação Friedrich Ebert, inspirado no They Rule (www.theyrule.net), que mostra quem são os que se sentam nos conselhos das maiores empresas dos Estados Unidos, possibilitando identificar redes de relacionamentos entre elas. A versão brasileira foi produzida com a permissão dos responsáveis pela norte-americana. E acrescida de relações de propriedade e controle existentes entre as empresas.

Uma extensa pesquisa nos sites, balanços e comunicados das próprias empresas levantou nomes e perfis de quem se senta em seus Conselhos de Administração. A escolha das empresas foi baseada em "Melhores e Maiores - As 1000 Maiores Empresas do Brasil", organizado pela revista Exame, da Editora Abril, edição de 2013, tomando como referência as 100 maiores empresas e as 50 maiores holdings. Para a escolha dos Fundos de Pensão, levou-se em consideração os dez maiores que, coincidentemente, contam com uma carteira de investimentos igual ou superior a R$ 10 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). Portanto, pesquisou-se as 100 maiores empresas, os 50 maiores grupos econômicos e os dez maiores fundos. O resultado não é 160, mas 141 porque há sobreposição entre as maiores empresas e os maiores grupos.

A principal novidade da segunda edição do projeto, lançada em junho de 2014, é a incorporação das relações diretas e indiretas entre os principais grupos econômicos atuantes no Brasil. Assim o leitor tem à disposição um banco de dados que permite, de forma transparente, identificar os tentáculos das corporações, enxergando elos poucas vezes vistos que podem unir um grande banco a uma grande mineradora e um grupo de análises clínicas. Outra inovação é a identificação dos principais conselheiros dessas forças econômicas, o que permite não apenas avaliar a formação educacional e profissional dos conselheiros, tornando-se outro instrumento válido de checagem das relações entre pessoas, grupos econômicos e Estado.

O levantamento inicial ocorreu entre setembro e outubro de 2013. Passou por uma atualização entre maio e junho de 2014. Vale ressaltar que conselheiros e relações de propriedade entre empresas mudam. Portanto, o levantamento mostra uma fotografia de um momento específico que, agora, pode ter sido alterado. Isso não afeta a realidade mostrada pela investigação: de que grandes empresas estão conectadas através de seus conselheiros por várias razões, como pode ser visto nas reportagens que acompanham o site. E que grande empresas são proprietárias de outras, influenciando em suas decisões e controlando setores econômicos para muito além do que imagina o senso comum. E, é claro, com uma série de consequências.